Académicos Desafiados a desconstruir eurocentrismo

Académicos Desafiados a desconstruir eurocentrismo

Fonte: https://www.angop.ao/noticias/educacao/ispi-desafiado-a-dar-continuidade-a-desconstrucao-epistemologica-do-eurocentrismo/

Lubango –  O Instituto Superior Politécnico Independente (ISPI), instituição privada, foi desafiado a apostar na desconstrução epistemológica do eurocentrismo, para inverter a lógica da inexistência dos saberes endógenos e muitas vezes tidos como periféricos.

O eurocentrismo é uma visão do mundo que coloca a Europa como o elemento fundamental na constituição da sociedade moderna, sendo necessariamente a protagonista da história da humanidade.

Estabelecido durante o renascimento, o eurocentrismo estabelece a hierarquia das relações de poder mundial e uma narrativa histórica de superioridade da Europa Ocidental, servindo como modelo teórico de interpretação e dominação.

É baseado em valores como modernidade, Estado-nação, pluralismo cultural, desenvolvimento económico e racismo, partindo de um discurso colonialista que vê a Grécia como berço da civilização, gerando uma distorção do mundo não europeu, enquanto narra a história da Europa isolada da influência externa.

A recomendação da necessidade de desconstruir essas ideias, foi feita no Terceiro Confresso Científico sobre os Estudos Culturais, sob o lema “Interculturalidade e Movimento Sociais, Raça, Classe e Género”, com duração de dois dias, que o Instituto Superior Politécnico Independente (ISPI) organizou, em colaboração com algumas instituições da CPLP.

Ao fazer o balanço da actividade hoje, segunda-feira, à ANGOP,  o presidente do ISPI,  Narciso Félix,  realçou que para  o sucesso das desconstrução epistemológica  do eurocentrismo  é preciso apostar-se mais na investigação, como ja fizeram angolanos como Victor Cagibanga, Matumona Manamossi, Boaventura de Sousa e  outros apologistas das Epistemologias do Sul.

Citando Boaventura  de  Sousa, disse ser  necessário fazer-se  a desmonumentalização  do Ocidente, afirmando que o Sul existe e é  preciso partir do Sul com o Sul.

Detalhou que  a  Epistemologia é toda noção ou ideia refletida ou não sobre as condições do que conta como conhecimento válido, porque é  por via deste saber que uma experiência social se torna intencional e inteligível.

Destacou que o interesse dos ISPI com a  RIEC é que a sua  cooperação vá  além, pois conta com a rede  em parcerias de investigação científica e até no envio dos seus  estudantes para as universidades  do circuito, a fim de darem continuidade aos  estudos de pós-graduação.

Por sua vez a presidente da RIEC, Maria Baptista  considerou  o Congresso o   princípio de uma  colaboração com o país,   pois as suas expectativas foram todas ultrapassadas pela positiva e  aprenderam muito.